domingo, 15 de fevereiro de 2009

Desengano (Barão de Juparanã)

A estação de Desengano foi inaugurada em 1865. Na época, ficava "na estrada da Polícia e freguezia de Valencia" (no decreto 4373 de 20 de maio de 1869). O ramal de Jacutinga, de bitola métrica e também da EFCB (também chamado de Rede Fluminense) vinha seguindo a linha do Centro desde Barão de Vassouras, trecho em que a linha tinha bitola mista, onde se encontrava vindo da estação de Vassouras. A estação de Barão de Juparanã era, portanto, uma estação que atendia às duas linhas. "Sentem-se nesta estação todas as falhas apontadas na estação do Comercio (ou seja, a plataforma (da estação de Desengano) não é coberta, de maneira que os passageiros têm de entrar nos carros e subir expostos à chuva ou ao sol)" (Relatório apresentado a S. Ex. o Sr. Conselheiro Joaquim Antão Fernandes Leão, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Commercio e Obras Públicas, pelo Conselheiro Manoel da Cunha Galvão, em 29/10/1868). Aníbal Magalhães conta que o curioso nome Desengano teria vindo na verdade de um sítio que existia no local da estação, de nome Desengano Feliz. Porém, há outra história que diz que a disputa entre os valencianos, comandados pelo Barão de Juparanã, Manuel Jacintho Nogueira da Gama, presidente da Câmara de Valença, venceram a disputa com os vassourenses, representados pela família Teixeira Leite. O Barão teria vencido a disputa fazendo a linha passar pelo território de Valença tendo doado à E. F. Dom Pedro o terreno para a passagem da linha e a estação. Para comemorar a vitória, deu o nome de Desengano por causa da decepção de seus rivais. Por volta de 1920, seu nome foi alterado para Juparanã. Nos anos 40, voltou a se chamar Desengano, e mais tarde Barão de Juparanã. Aníbal Magalhães levanta outra questão: por que uma estação tão grande tendo inclusive uma torre com um relógio teria sido construída num simples arraial como Desengano? A pergunta ainda não tem uma resposta concreta. Hoje o enorme prédio é ocupado pela prefeitura de Valença.
foto: Acervo Anibal Magalhães (s/d)
fonte: www.estacoesferroviarias.com.br

Um comentário:

  1. Meu Pai nasceu na Cidade Barão de Vassouras. É triste, melancólico e revoltante ver a Cidade de Barão enterrando a sua história.

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